Geração Z no mercado de trabalho: novas visões e desafios
Em entrevista exclusiva, Jordana Pires analisa os desafios e expectativas da Geração Z no ambiente corporativo

A chegada da Geração Z está mudando o jeito como as empresas se relacionam com os profissionais — e o setor de Recursos Humanos tem um papel essencial nessa adaptação. Para atrair, engajar e reter esses novos talentos, é preciso entender como se comportam e o que valorizam no ambiente de trabalho.
Conectada, questionadora e em busca de propósito, a Geração Z traz novas expectativas para o mundo corporativo. Mas o que exatamente ela espera das empresas? Quais são suas principais dificuldades ao entrar no mercado? E como o RH pode promover a integração entre diferentes perfis dentro das organizações?
Nesta entrevista, o blog da Metadados conversa com Jordana Pires, jornalista e criadora de conteúdo, sobre comportamentos, desafios e caminhos para construir ambientes mais preparados para o futuro do trabalho.
ENTREVISTA COM JORDANA PIRES SOBRE GERAÇÃO Z NO MERCADO DE TRABALHO
Metadados: o que você acredita que mais define o perfil profissional da Geração Z hoje?
Jordana: Acredito que é uma geração multitarefa e cheia de opinião. Eles gostam de ter liberdade para testar e fazer as coisas do “próprio jeito”. Nasceram com um celular na mão, aprendem tudo no YouTube, TikTok, são autodidatas e não têm paciência para a burocracia. Se a empresa não for ágil e transparente, já começou errado.
Metadados: quais são os principais valores ou expectativas da Geração Z em relação ao trabalho?
Jordana: Eles querem trabalhar para viver, e não viver para trabalhar (bem diferente de nós, Millennials, Gen X e todo mundo que veio anteriormente). Salário é importante, mas não é tudo. Querem flexibilidade, propósito, um chefe que não seja “ultrapassado” e um ambiente onde possam ser eles mesmos (de preferência, sem dress code engessado).
Metadados: o que pode tornar um ambiente de trabalho mais atrativo para a Geração Z?
Jordana: Acredito que um ambiente flexível, como poder fazer home office quando quiser ou precisar. Tecnologia de ponta — até porque, se o sistema travar mais que o Windows 98, não vai dar bom com essa geração. Feedback constante é um fato que os Gen Z preferem isso a feedbacks semanais, mensais ou anuais, por exemplo.

Metadados: Muito se fala sobre propósito e equilíbrio. Isso realmente importa para a Geração Z — e como as empresas podem se adaptar a isso?
Jordana: Importa demais! Se a empresa só pensa em lucro e esquece do impacto social, já era. Provavelmente terão uma alta rotatividade de funcionários dessa geração. Eles querem sentir que estão fazendo a diferença, nem que seja mínima. E sobre equilíbrio: se o trabalho atrapalhar o rolê com os amigos ou a série da Netflix, já ficam de olho em outra vaga.
Metadados: na sua opinião, como o RH pode evoluir a comunicação interna para conectar melhor com esse público?
Jordana: Chega de e-mail formalzão! Eles preferem comunicação rápida e visual. Um grupo no Slack, vídeos curtos no Teams, até meme no mural interno (sim, humor ajuda!). E nada de linguagem corporativa robótica — seja humano.
Metadados: quais práticas de gestão ou liderança tendem a engajar mais os jovens dessa geração?
Jordana: O feedback constante, como já mencionei. Algo que seja mais um papo de alinhamento mesmo. Autonomia é muito importante para a Geração Z. Deixe que eles criem, errem e aprendam. Eles preferem mil vezes líderes que sejam mentores do que autoritários.
Metadados: programas de desenvolvimento e reconhecimento ainda fazem sentido? Como eles podem ser mais relevantes para a Geração Z?
Jordana: Eu acredito que ainda fazem sentido, sim, mas precisam ser reformulados. Por exemplo, cursos engessados? Chatíssimos. Agora, mentorias, desafios reais e até aprendizado por TikTok — sim, sério! Agregar as redes sociais nesse caso pode ser um sucesso.
Metadados: como as empresas podem criar um ambiente onde gerações diferentes — inclusive a Z — convivam bem e aprendam juntas?
Jordana: Eu acredito que precisamos entender o que funciona para cada geração. O boomer pode amar planilhas, por exemplo, e o Gen Z prefere um aplicativo — e está tudo bem! Assim, todo mundo convive em paz e sem treta.
Metadados: na sua percepção, o que a Geração Z espera do mercado de trabalho nos próximos anos?
Jordana: Trabalho cada vez mais flexível, empresas mais humanas e menos hierarquia.
Metadados: se você pudesse deixar uma dica prática para os profissionais de RH que desejam se conectar melhor com esse público, qual seria?
Jordana: Seja autêntico e esteja onde eles estão. Entra no TikTok, fala a língua deles, escuta o que eles têm a dizer. E, principalmente, mostre que a empresa está evoluindo junto com eles.
