Foto de Luciana Barro, que fala no artigo sobre maratona e RH

Eu corro há muitos anos. Correr é um esporte único, já perceberam que é tipo uma seita? É um esporte que transforma em muitos níveis. Todo mundo tem um amigo corredor, e eu posso apostar que, desde que ele começou a correr, mudou hábitos alimentares, tem uma turma de amigos doidos por corrida, e seus programas de final de semana envolvem provas ou treinos. Acertei?

Fico feliz que a corrida e a saúde estejam “na moda”. Assim como fico feliz que, cada vez mais, a minha área de atuação, Recursos Humanos, seja considerada essencial para o sucesso das organizações.

Nestes tantos anos que corro, perdi a conta de quantas pessoas me perguntaram:

“Por que você não corre uma maratona?”

A resposta sempre foi simples, objetiva e sincera:

“Porque eu não quero.”

Até que, finalmente, decidi que queria correr uma maratona quando fizesse 42 anos. Gosto de rituais, de festejar, de marcar ciclos, de “marcar” a vida. Essa também é uma característica importante para quem trabalha com pessoas. Estudos comprovam que empresas que possuem rituais e comemorações geram maior engajamento e motivação entre os times.

O que é uma maratona?

Importante explicar, o que é uma maratona, afinal? Uma maratona é correr a distância de 42,195 km, distância que muitos têm preguiça de fazer de carro. Uma modalidade esportiva que se originou de uma antiga lenda grega. Acredita-se que um soldado, mensageiro do exército de Atenas, correu 42 km entre o campo de batalha de Maratona até Atenas para anunciar aos cidadãos sobre a vitória dos exércitos atenienses contra os persas. A lenda conta também que ele morreu de exaustão após cumprir a missão.

Eu não morri, mas... quem me viu naquele dia (ou nos três dias seguintes) sabe como eu fiquei! Inclusive, foi única e exclusivamente por ser de RH que me obriguei a vir trabalhar no dia seguinte à minha maratona. Era a comemoração do Dia do Trabalhador na empresa. Então, já sabem! Vim elegantemente como o Robocop, mas participei ativamente desse evento sempre importante para quem trabalha com pessoas.

Outro ponto em comum que percebo entre correr uma maratona e trabalhar com pessoas: é uma ESCOLHA. Ambas as situações exigem resiliência e persistência. Muitos dias dá vontade de desistir. Os perrengues são incontáveis e posso afirmar, e a Metadados pode provar, viram ótimos memes e piadas.

Nenhum desavisado corre uma maratona, ninguém faz uma maratona “de surpresa”. Desde o dia que eu comecei oficialmente meus treinos até o dia da prova, eu corri 798 quilômetros em 4 meses. E na área de Gestão de Pessoas (GP) também não é assim? Muita preparação, estudos, projetos.

Recursos Humanos e o mundo VUCA

Pesquisas recentes destacam que a área de Recursos Humanos (RH) está entre as que mais rapidamente precisam se adaptar ao mundo VUCA (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo). Essa transformação é impulsionada pela necessidade de maior flexibilidade, inovação e uso de tecnologia na gestão de pessoas. É responsabilidade dos profissionais de GP promover uma cultura de inovação e aprendizagem contínua, e inspiração é a palavra da vez!

Uma das coisas que eu mais escutei nesse período foi:

“Como eu gostaria de ter a tua motivação.”

O que as pessoas não entendem é que não é sobre motivação (ou pelo menos não só).  É disciplina, é sobre ter uma meta, sobre alcançar um objetivo. Não é sobre ser melhor que ninguém, é sobre ser melhor que eu mesma (sim, eu sei que isso é clichê).

No período que me preparei para a maratona, tive um dos maiores desafios da minha vida profissional.

Se treinar para a maratona “atrapalhou” meu desempenho profissional? Não, elas foram totalmente complementares. Ouso dizer que sem os treinos eu não teria me saído tão bem nesse desafio. Os treinos intensos me ajudaram a lidar com a pressão, com prazos, a pensar melhor, a ser mais criativa e, principalmente, a ter muita, muita resiliência!

Para comprovar na prática o que eu vivi, compartilho um estudo conduzido por dois pesquisadores alemães que constatou que empresas lideradas por CEOs maratonistas apresentavam, em média, um valor de mercado quase 5% maior. Segundo o estudo, a disciplina, determinação e capacidade de lidar com o estresse, características desenvolvidas através do esporte, são apontadas como fatores que contribuem para esse desempenho superior.

Apenas 1% da população mundial já correu uma maratona. Quem me conhece sabe, eu coloco meu coração e dou o meu melhor em tudo que me proponho a fazer. Seja em projetos de desenvolvimento humano, seja na Festa do Dia do Trabalhador, seja em treinamentos que curso ou desenvolvo, seja na maratona, seja nesse texto!

Se eu acho que todos deveriam correr uma maratona? Não. É difícil, dói, cansa, muitas vezes dá vontade de chorar. No dia da prova, eu chorei mesmo (risos). Assim como trabalhar com Gestão de Pessoas, existem perfis para todas as profissões e para todos os esportes. Encontre o esporte que te desafie, que te faça querer ser uma pessoa melhor. Encontre o esporte que te torne um profissional melhor. Posso garantir que existe algum que te faça feliz.

Se foi difícil correr a maratona? O dia da maratona é a cereja do bolo. Desafiador foi a jornada e é nela que acontecem os aprendizados.

Se vale a pena? Cada quilômetro. Cada sorriso, cada amigo que fiz nos treinos e no dia da prova, cada paisagem, cada história... Igualzinho a trabalhar com pessoas! Quando terminei a maratona eu pensei “se eu fiz isso, não há nada que eu não possa fazer”.

Desejo que você encontre o SEU esporte, mas, caso queira correr, pode me chamar que eu vou junto!

Obrigada por ler a minha jornada!

OBS.: No meio do ciclo da minha maratona eu fiz meu primeiro triatlo! Uma doideira, mas isso é história para outro texto. E se quiser conversar mais sobre desenvolvimento de pessoas, esportes, natureza, cursos, viagens, café e gestão de pessoas, pode me contatar. 

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