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Fala-se muito em futuro, evolução e sobre o que está acontecendo com o mundo. É comum as pessoas se sentirem inseguras e com muitas incertezas frente à realidade e muitas vezes até pensarem sobre a própria performance, seja no trabalho e na carreira profissional, seja emocional e pessoalmente.

Ao mesmo tempo, acompanhamos uma evolução tecnológica. E, neste momento, nos parece que tudo que está mudando ao nosso redor — essas transformações — é decorrente de um ciclo de evolução tecnológica que está cada vez mais acelerado. Ouvimos sobre Realidade Aumentada, Machine Learning, Inteligência Artificial, Robótica, entre outros, e nos perguntamos sobre o que significa tudo isso. Assim, reunimos três conceitos: futuro, mudança e tecnologia. Muitas vezes, pensamos que há mudança, apontando para um presente e um futuro diferente e ele será diferente em função da tecnologia.

A intenção de abordar este assunto não é dizer que a tecnologia não tem influência nas mudanças dos hábitos e dos costumes e nas formas de como a sociedade se desenvolve e cria novos modelos culturais mas, neste contexto, parece haver a ideia de que, quando seguimos esse caminho, ignoramos as transformações culturais e sociais que acontecem — e podem ser até mais profundas — e simplesmente creditamos tudo isso às inovações tecnológicas.

Para debater este tema tão atual e pertinente à área de Recursos Humanos, nós, da Metadados — empresa que desenvolve um completo Sistema de RH — propomos um bate-papo mediado pelo Diretor Administrativo e Comercial da Metadados, Robledo Luza, com a Psicóloga e Mentora de Carreiras, Marina Zuccolotto.

Afinal, neste contexto de transformações do mundo, tudo isso é motivado pela tecnologia ou existe outros aspectos das transformações sociais e culturais que têm importância? Se sim, que mudanças seriam essas? E o ser humano, como ele lida com esse período de transformações e que tipos de competências deveriam estar orientando as futuras gerações? Continue acompanhando e saiba mais!

As transformações do mundo

As mudanças tecnológicas acontecem em diversos âmbitos e repercutem diretamente em nossa vida profissional. De acordo com a psicóloga e mentora de carreiras Marina Zuccolotto, às vezes, acabamos nos esquecendo que com o avanço da tecnologia, até algumas competências que antes eram imprescindíveis se tornam substituíveis pela máquina. “A gente fica feliz pelos avanços, mas ignoramos o fato de que precisamos nos reinventar enquanto pessoas e profissionais para darmos conta das novas necessidades e dos novos problemas da sociedade. É preciso desenvolver essa habilidade de repensar e deixar para trás conceitos que tínhamos sobre como trabalhar, sobre o que é necessário intelectual e mentalmente”.

Ainda segundo ela, é preciso desapegar porque o ser humano tem apego com aquilo que já aconteceu, com aquilo que sabe e acredita. “Muitas vezes, continuar acreditando em algumas coisas, nos impede de dar o próximo passo como pessoa”. Sob este ângulo, Marina observa as maiores insatisfações profissionais: desgosto com o que fazem e pouco retorno.

Isso tudo nos faz pensar sobre crenças — no sentido mais amplo da palavra — que lida com valores e dimensões que tem a ver com a maneira como percebemos, reagimos, agimos e interagimos com o mundo. E, talvez, nada seja tão profundo e difícil de ser mudado para o ser humano quanto nosso sistema de crenças. Ainda que possa ser alterado de dentro para fora, há grande influência do que ocorre de fora para dentro.

Neste sentido, o bate-papo elencou algumas crenças — que impactam nossas relações de trabalho — que eram fundamentais e que passam a ser relativas e questionáveis

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Necessidade de aprendizagem contínua

Em um mundo que nos desafia tanto e a todo momento, é preciso observar e colocar em perspectiva a noção que temos de conhecimento. Algumas literaturas apontam que o conhecimento precisa ser visto de outras maneiras e não demasiadamente engessado e rígido, como ainda o percebemos. Neste sentido, é válido questionar sobre os tipos de características que ainda temos hoje sobre ensino e aprendizagem e que talvez não sirvam mais. Que tipo de mudança de visão sobre ensino e aprendizagem precisamos começar a construir?

O conhecimento é um processo. É mais sobre uma estrada que se caminha do que algo que se leva na mochila. Sabendo disso, como são nossas crenças acerca do conhecimento? Como acreditamos que o conhecimento funciona e como o adquirimos?

Para abordar esta questão, Marina faz uma reflexão da época da Revolução Industrial, onde o trabalho era visto como serviçal e a obediência era uma questão muito valorizada. “Esse modelo de trabalho já se reinventou há muitos anos, mas o trabalho educacional (ensino) ainda segue essas mesmas perspectivas. Ou seja, tem uma autoridade que passa o conhecimento e um aluno que precisa obedecer às regras, absorvendo conteúdo. Acredito fortemente que nossa visão de trabalho tem mudado, mas a educação segue ainda por essa perspectiva: só absorvendo conhecimento, sem ser estimulado a produzir, questionar e mudar”.

Por isso, Marina acredita que é mais difícil formarmos profissionais mais criativos e aptos a enfrentarem o mercado de trabalho. “Precisamos olhar o conhecimento por formas não usuais, porque as usuais já estão internalizadas”.

É preciso experimentar outras formas de obter conhecimento e se expor a diferentes estímulos”. 

Propósito e Trabalho

O termo propósito, nos últimos tempos, tem sido muito associado ao trabalho. De certa forma, nos faz pensar sobre o significado do que fazemos no trabalho, ou seja: por que eu faço o que faço?

Historicamente, quando a humanidade questiona o seu “fazer” é porque, ainda que internamente, não vê significado no trabalho que faz. Essa questão é totalmente compreensível porque o significado que era dado ao trabalho era de “produção”, o que era digno. Hoje, essas respostas não satisfazem a sociedade e as pessoas precisam buscar um novo significado para o trabalho.

Para Marina, isso tem total relação com os diferentes significados que oferecemos para trabalho. “Hoje, podemos enxergar o trabalho também como prazer e não apenas como recompensa financeira, dignidade ou contribuição para a sociedade. É sobre algo que possa nos completar internamente. Só que muitas vezes falta esse significado, esse motivo interno e temos a sensação de estar no automático. Aí voltamos a questão das crenças para entender que está tudo bem se deixarmos para trás o que não faz mais sentido”.

Competências para o “novo mundo”

Quando falamos em transformação, às vezes, sentimos uma sensação de obsolescência, em virtude da velocidade das transformações. A impressão é de que precisamos estudar e conhecer sempre mais, senão ficamos para trás. Mas, como seres humanos, sabemos quais são as competências que precisamos desenvolver — não para ser mais competitivo, mas para ser mais realizado — e como se preparar?

Como já foi possível perceber ao longo desse conteúdo, algumas habilidades além das técnicas são fundamentais. Para identificar quais são essas habilidades, Marina lembrou de um estudo realizado pela universidade de Oxford que indica que, em pouco tempo, a máquina seria capaz de substituir alguns trabalhos até então realizados pelo ser humano. Obviamente que a solução seria apenas para problemas programáveis, esperados ou resolvidos através da lógica. Mas, então, quais seriam os problemas que ela não conseguiria resolver? As habilidades do futuro; aquelas que a máquina não tem capacidade para resolver.

Em três âmbitos, Marina descreveu sobre cada uma:

  1. Habilidades Sociais
  2. Habilidades Criativas
  3. Habilidades Sistêmicas

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