Três pessoas fazendo anotações em post-its de um mural.

Por muito tempo, o conceito de bem-estar no trabalho esteve associado a altos salários. A métrica era o poder aquisitivo que a empresa proporcionava ao colaborador, por mais que os meios para assegurar o cargo comprometessem a saúde do profissional.

No entanto, os valores promovidos pelas novas gerações e corroborados por pesquisas sobre o tema, viabilizaram uma transformação no mercado. Hoje, ambientes de trabalho harmônicos, pautados pelo respeito, empatia e flexibilidade são o novo ideal para atrair e reter talentos.

Para garantir, na prática, a máxima de que pessoas felizes produzem mais e melhor, o departamento de Gestão de Pessoas tem um papel fundamental junto a líderes e liderados.

Neste conteúdo que preparamos aqui na Metadados – empresa especializada em sistemas para a gestão de Recursos Humanos – vamos te mostrar como buscar produtividade e lucratividade a partir da extinção de ambientes tóxicos e estressantes.

O que é bem-estar?

Pensar em bem-estar, hoje, é considerar um estado de satisfação e conforto que envolva pelo menos três aspectos:

  • físico: diretamente relacionado ao corpo, englobando a nutrição, disposição, atividade física e descanso;
  • social: ligado aos relacionamentos e condições socioeconômicas;
  • e mental: que diz respeito a capacidade lógica, concentração, bem como a sensação de estar bem consigo mesma.

Mas o entendimento nem sempre foi esse. No século 17, por exemplo, o bem-estar estava associado apenas à saúde física e, no século 18, o sentido agregou questões materiais, as quais, se as pessoas não as tivessem de forma a suprir suas necessidades, poderiam ter a saúde comprometida.

Atualmente, o conceito se tornou mais amplo, com destaque para as questões que dizem respeito à saúde emocional. Segundo a psicóloga e antropóloga norte-americana Susan Andrews descreve em alguns dos seus 12 livros que abordam o bem-estar, “a sensação de felicidade está ligada aos bons relacionamentos que mantemos”.

Para ela, boas relações entre família, amigos e colegas de trabalho, protegem nossa saúde mais do que remédios, já que baixam o cortisol, conhecido como hormônio do estresse, e fortalecem nosso sistema imunológico.

A boa notícia, conforme a pesquisadora, é que o bem-estar também é uma habilidade que pode ser adquirida. Ou seja, exercícios de respiração, relaxamento e meditação, por exemplo, são aliados na busca pelo equilíbrio entre corpo e mente.

Bem-estar no trabalho

No ambiente corporativo, o bem-estar requer um conjunto de práticas e estratégias para assegurar ao colaborador a melhor experiência possível. Vale lembrar que cada trabalhador passa mais da metade de seu dia dedicado à execução de tarefas profissionais. Por isso, a tal paz de espírito e bem-estar almejado na vida doméstica só é possível se também voltarmos nossa atenção ao ambiente de trabalho.

Uma pesquisa feita pela Gympass, maior plataforma de bem-estar corporativo do mundo, ouviu mais de 9 mil pessoas, em nove países, sobre a relação entre bem-estar e trabalho:

Ou seja, se a ideia da corporação é atrair e reter bons profissionais, deve pensar de forma prioritária em um programa de saúde e bem-estar. Outros benefícios que chegam de carona são:

  • redução do estresse;
  • aumento da produtividade;
  • queda do absenteísmo e dos custos de saúde;
  • aumento do engajamento dos funcionários;
  • e uma força de trabalho mais resiliente.

Saiba mais sobre employee-experience e qualifique a jornada do colaborador.

Engajamento X produtividade

A dedicação ao trabalho que todo líder espera de seu liderado é uma via de mão dupla: se o desejo é ter ao lado um colaborador engajado, é preciso, primeiramente, investir nele.

Proporcionar um ambiente de trabalho menos estressante estimula competências, além de impactar diretamente na satisfação e produtividade da equipe.

Por mais que o engajamento seja o foco e a busca por colaboradores presentes, focados e energizados o objetivo, deve existir, também, um propósito. Convenhamos que de nada adianta ter o time dos sonhos se a organização não traz objetivos e valores próprios.

Profissionais engajados entendem a missão da organização. A tendência é que eles se identifiquem com a empresa e se empenhem para mantê-la no rumo certo. Uma dedicação espontânea que se estende ao ponto dos objetivos da empresa e do próprio colaborador estarem unidos. Nesse caso, a motivação de ambos é o sucesso organizacional.

Como medir a satisfação do colaborador

Uma empresa só é bem-sucedida se o time que a move reflete a satisfação de fazer parte dela. Se as pessoas não se sentem bem no ambiente de trabalho ou não sentem que suas necessidades são atendidas, quadros de cansaço e frustração tomam conta. Em casos mais graves podem, inclusive, evoluir para alguns distúrbios emocionais, como:

  • depressão;
  • Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional;
  • Síndrome do Pânico;
  • e transtornos de ansiedade.

De 2012 a 2020, foram registradas 5,6 milhões de notificações de doenças e acidentes relacionados ao trabalho no Brasil, segundo o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho. O total de auxílios-doença por depressão, ansiedade, estresse e outros transtornos mentais e comportamentais (acidentários e não-acidentários) passaram de 224 mil em 2019 para 289 mil afastamentos em 2020, um aumento de 30% no ano da pandemia da COVID-19.

Por isso é importante ouvir o colaborador. Reconhecimento, escuta ativa e empatia são algumas ações fundamentais para garantir que colegas de trabalho se mantenham saudáveis e produtivos.

Mas, a empresa pode e deve ir além e tornar essa escuta uma rotina. Uma ferramenta que possa medir não só a saúde dos colaboradores, mas o clima organizacional como um todo. Alguns indicadores de gestão de pessoas ajudam a organização a entender mensalmente os movimentos que seu time faz. Entre os exemplos, estão:

  • Absenteísmo: mostra o período no qual o colaborador se ausenta da empresa. Ele é importante na medida em que aponta se um colaborador engajado faz questão de estar presente;
  • Turnover: trata da rotatividade de profissionais dentro da empresa. É preciso estar atento a este indicador, pois, se as pessoas saem com frequência, vale investigar o motivo;
  • Entrevista de desligamento: um bate-papo com o colaborador desligado, com o  objetivo de entender o porquê de sua saída. Quando alguns temas são recorrentes, merecem atenção.

Porém, nada mais assertivo do que perguntar aos próprios colaboradores se eles estão felizes e o que melhorariam na empresa. Concorda? Para isso, é que existe a pesquisa de clima organizacional. Ela se resume em um questionário que aborda os mais diversos aspectos da empresa, tais como diversidade, plano de carreira, benefícios, liderança, entre outros tópicos.

Mas, também, existem algumas ferramentas no mercado, como o Vibe, que possibilita uma cultura de trocas como conversas de onboarding, 1:1, comportamento, carreira e desenvolvimento pessoal, por exemplo. É uma forma de identificar pontos fortes e oportunidades de crescimento, mostrando como o colaborador pode ser protagonista da própria evolução. 

Você sabe qual o nível de bem-estar na sua empresa? Faça o teste e receba o diagnóstico:

Considerações sobre bem-estar no trabalho

A essa altura você deve estar se perguntando: o que posso fazer, enquanto líder, para contribuir com o bem-estar no trabalho? Para esse questionamento existem outras perguntas importantes que devem ser respondidas. Por exemplo: seus colaboradores têm oportunidade de crescer na empresa? Eles são reconhecidos e recompensados por seus esforços? A organização garante qualidade de vida no trabalho, mesmo no modelo home office?

Essa reflexão tornará mais fácil a construção de um caminho. Para te ajudar, elencamos aqui 10 ações que podem gerar resultados promissores para a empresa e seus colaboradores:

  • Qualificar a estrutura física de trabalho;
  • Oferecer assistência psicológica;
  • Incentivar pausas durante o expediente;
  • Criar workshops e palestras para promover a importância da saúde mental;
  • Realizar pesquisas de clima e satisfação;
  • Promover ginástica laboral ou outra atividade de descompressão;
  • Implantar um bom plano de carreira e de desenvolvimento individual;
  • Fomentar o bem-estar financeiro;
  • Ter uma cultura de horários flexíveis;
  • Estimular a interação entre equipes e colaboradores.

Ou seja, bem-estar no trabalho não é um luxo. Quando a relação entre o colaborador e empresa é de respeito e cuidado, ambas as partes ganham. Por isso, não vale a pena repetir os erros do passado, como rigidez, burocracia, salários imutáveis e pressão por resultados. É preciso pavimentar uma nova estrada para viabilizar novas relações de trabalho

Para que você consiga implantar um plano de bem-estar na sua organização, nós criamos o guia do RH “ Bem-estar no ambiente de trabalho”. Nele, trazemos exemplos de como colocar em prática cada uma das ações sugeridas neste artigo e que proporcionam um ambiente harmônico, onde o funcionário possa se sentir cuidado e valorizado. 

-->