Gestão de Pessoas19 de março de 2025

Escuta Ativa: o que é e os benefícios da prática em empresas

A habilidade de se comunicar de forma eficiente é indispensável para quem deseja construir bons relacionamentos também no ambiente de trabalho

Escuta Ativa: o que é e os benefícios da prática em empresas

Uma comunicação eficiente é essencial para construir bons relacionamentos interpessoais. Mas apesar de o diálogo parecer um processo simples e natural, poucas pessoas realmente sabem se comunicar de forma efetiva.

Você já percebeu como, em alguns diálogos, sua atenção é totalmente desviada para fatores externos e pensamentos? Isso faz com que você simplesmente não preste mais atenção no que o outro está falando.

Para tanto, mais do que falar, é preciso saber ouvir. É por isso que uma das habilidades mais valorizadas nesse processo é a escuta ativa. Ela está ligada a outros fatores importantes, como a empatia e a habilidade de solucionar problemas. Por isso, é essencial que ela seja trabalhada de forma estratégica dentro das organizações.

Foi pensando nisso que nós, da Metadados – especialista em desenvolver um sistema completo de RH – escrevemos este artigo. Nele abordaremos o que é a escuta ativa, a importância dela, como praticar e as vantagens no ambiente de trabalho.

Escuta ativa: ilustração de pessoas fazendo elogios uma a outra

O que é a escuta ativa?

A escuta ativa é uma habilidade essencial de comunicação que envolve ouvir atentamente e compreender o que a outra pessoa está dizendo. É mais do que simplesmente ouvir as palavras que são ditas - é prestar atenção às nuances da linguagem corporal, tom de voz e emoções por trás das palavras.

A escuta ativa requer empatia e uma abordagem genuinamente interessada em entender a perspectiva do outro. Envolve fazer perguntas abertas sobre pontos específicos, parafrasear o que foi dito e utilizar o corpo para mostrar que você está engajado na conversa.

Quando praticamos a escuta ativa, estamos demonstrando respeito e valorizando as opiniões e experiências dos outros. Isso cria um ambiente de comunicação aberta e melhora a qualidade das interações. A escuta ativa é uma habilidade que pode ser desenvolvida e aprimorada com prática e conscientização.

A importância desse tipo de escuta

A escuta ativa é fundamental para o sucesso de qualquer empresa. Quando os funcionários são ouvidos e compreendidos, eles se sentem valorizados e engajados. Isso leva a um aumento da satisfação no trabalho e, consequentemente, melhor performance.

Além disso, a escuta ativa também é crucial para a resolução de problemas e tomada de decisões eficazes. Ao ouvir ativamente as opiniões e perspectivas de todos os envolvidos, é possível obter uma visão mais ampla e tomar decisões mais informadas.

Como praticar a escuta ativa?

A escuta ativa é uma habilidade que pode ser desenvolvida e aprimorada com a prática. Aqui estão algumas dicas para torná-la um hábito:

  • Elimine Distrações: quando estiver ouvindo alguém, desligue os dispositivos eletrônicos e elimine outras distrações. Dedique toda a sua atenção à pessoa que está falando.

  • Faça perguntas abertas: ao invés de fazer perguntas que exijam respostas simples de "sim" ou "não", faça perguntas abertas que incentivem uma pessoa a se expressar mais. Por exemplo, no lugar de perguntar "Você concorda com isso?", você pode perguntar "O que você acha disso?".

  • Parafraseie: após a pessoa falar, repita o que ela disse usando suas próprias palavras. Isso mostra que você está ouvindo e compreendendo.

  • Pratique a linguagem corporal positiva: sua linguagem corporal, como contato visual, cabeça e postura aberta, pode transmitir seu interesse e engajamento na conversa.

  • Evite interromper o outro: não tente interromper ou terminar as frases da pessoa. Deixe-a concluir o pensamento antes de responder.

Para praticar a escuta ativa, é importante estar presente no momento e evitar distrações. Mostre empatia e valide os sentimentos e opiniões do outro.

Escuta ativa: ilustração de duas pessoas conversando em vídeo

Como a escuta ativa e o RH se relacionam?

O departamento de Recursos Humanos (RH) desempenha um papel fundamental na promoção da escuta ativa dentro da empresa. Ele pode liderar treinamentos e workshops sobre escuta ativa e fornecer recursos para os funcionários desenvolverem suas habilidades de escuta.

Além disso, o RH deve incentivar uma cultura de escuta ativa, onde os funcionários se sintam seguros para expressar suas opiniões e sejam ouvidos. O RH também pode usar a escuta ativa como uma ferramenta para identificar necessidades e problemas dos funcionários.

Ao ouvir ativamente as preocupações e sugestões dos colaboradores, o RH pode implementar mudanças que melhorem a satisfação e o bem-estar geral dentro da empresa.

5 benefícios da escuta ativa nas empresas

A implementação da escuta ativa em uma empresa traz muitos benefícios. Veja os 5 principais:

1. Melhoria do ambiente de trabalho

Um ambiente de trabalho onde a escuta ativa é valorizada tende a ser mais colaborativo e harmonioso. Os funcionários são mais respeitados e ouvidos.

2. Resolução de conflitos

A escuta ativa é uma ferramenta eficaz na resolução de conflitos. Ela permite que as partes envolvidas expressem suas preocupações e entendam as perspectivas umas das outras.

3. Tomada de decisões mais bem informadas

A compreensão profunda das necessidades e opiniões dos colaboradores ajuda os líderes a tomar decisões mais bem informadas que beneficiam toda a empresa.

4. Engajamento dos funcionários

Funcionários que se sentem ouvidos e valorizados têm níveis mais altos de engajamento e satisfação no trabalho.

5. Melhor atendimento ao cliente

A escuta ativa é crucial no atendimento ao cliente. Compreender as necessidades deles é fundamental para fornecer um serviço de alta qualidade.

Escuta ativa x gestão horizontal

Antes de seguirmos falando sobre escuta ativa, vale explicar o que é a gestão horizontal.

A gestão horizontal é um modelo organizacional que busca descentralizar o poder e promover a participação ativa dos colaboradores nas decisões estratégicas da empresa. Também chamada de gestão colaborativa ou participativa, essa abordagem minimiza as barreiras hierárquicas tradicionais, incentivando um ambiente de trabalho mais ágil, transparente e democrático.

Diferente do modelo hierárquico tradicional, a gestão horizontal valoriza o protagonismo das equipes, fortalece a inovação e foca no engajamento dos profissionais, criando um senso de pertencimento. Isso resulta em maior eficiência e satisfação no ambiente de trabalho.

Entre outros benefícios da gestão horizontal estão ciclos de tomada de decisão mais rápidos, maior transparência, incentivo ao compartilhamento de ideias entre as equipes e maior adaptabilidade às mudanças do mercado.

Alguns estudos até indicam que empresas com uma estrutura horizontal apresentam um aumento significativo na produtividade, inovação e satisfação dos funcionários. Um dos motivos para isso é não ter mais a necessidade de tantas camadas de aprovação, tornando os fluxos mais rápidos e eficientes.

Nesse modelo, a escuta ativa é essencial. Até porque esse tipo de gestão valoriza a autonomia dos colaboradores e incentiva a troca de ideias e a tomada de decisões compartilhada.

Gestão horizontal e vertical: qual a diferença?

A diferença entre a gestão horizontal e a gestão vertical está na maneira como as decisões são distribuídas dentro da organização.

  • Na gestão vertical: as estruturas são altamente hierárquicas, com decisões sendo tomadas de cima para baixo. Muitas vezes não considera a opinião dos colaboradores que estão na linha de frente das operações;
  • Gestão Horizontal: empresas com gestão horizontal reduzem ou eliminam níveis hierárquicos, incentivando que os funcionários participem das decisões estratégicas.

Vale dizer que, em um ambiente hierárquico, a comunicação tende a ser mais lenta e burocrática, enquanto em uma estrutura horizontal, a troca de informações acontece de maneira dinâmica e direta.

Contudo, isso não é regra. Ao praticar a escuta ativa, a empresa pode envolver o colaborador em decisões e processos importantes do negócio, mesmo em um modelo de gestão mais vertical.

Exemplos de gestão horizontal

A gestão horizontal pode se manifestar de diversas formas, dependendo da cultura organizacional e do setor da empresa. Aqui estão alguns exemplos de aplicação desse modelo:

  • Equipes autogerenciadas: pequenos grupos de funcionários trabalham de forma independente, tomando decisões coletivas sem a necessidade de um supervisor direto. Esse modelo é comum em projetos de inovação e desenvolvimento de produtos;
  • Rodízio de liderança: em vez de um único líder permanente, os membros da equipe assumem funções de liderança em ciclos, permitindo que diferentes perspectivas sejam aplicadas na tomada de decisão. Em outras palavras, escuta ativa. Esse modelo não funciona para qualquer tipo de empresa, mas é uma opção interessante;
  • Decisões por consenso: em algumas organizações horizontais, as decisões importantes são tomadas por meio de consenso entre os colaboradores, garantindo que todas as vozes sejam ouvidas antes da implementação de novas estratégias;
  • Grupos de trabalho interdisciplinares: nesse exemplo, funcionários de diferentes departamentos colaboram em projetos específicos, sem a necessidade de reportar-se a uma única autoridade central;
  • Autonomia total de horários e projetos: por fim, algumas empresas adotam um sistema no qual os funcionários podem escolher em quais projetos trabalhar e definir seus próprios horários, desde que as metas organizacionais sejam sempre cumpridas.

Entre as empresas que adotaram a gestão horizontal como modelo organizacional, estão nomes como Netflix e Google, conhecidas por valorizar a inovação e o engajamento dos colaboradores.

A liderança da Google afirma que seu objetivo com a gestão horizontal era, acima de tudo, incentivar a autonomia e a colaboração das pessoas, promovendo a escuta ativa para potencializar ideias e soluções criativas. No entanto, a empresa ainda mantém elementos da hierarquia tradicional em áreas mais estratégicas.

Já a Netflix permite que seus funcionários tomem decisões de forma mais descentralizada. Essa abordagem, alinhada à gestão horizontal, fortalece a criatividade das equipes e ainda reforça a questão da responsabilidade individual.

Como fazer uma gestão horizontal?

A transição para um modelo de gestão horizontal nem sempre é fácil, e requer mudanças estruturais e culturais. Algumas práticas importantes incluem:

  1. Fomentar a comunicação aberta: crie canais de diálogo onde os funcionários possam expressar ideias, sugestões e preocupações de maneira transparente. Reuniões colaborativas e feedbacks constantes podem fortalecer essa troca;
  2. Reduzir níveis hierárquicos: para que a gestão horizontal funcione, é preciso eliminar barreiras burocráticas e descentralizar a tomada de decisão. Isso significa confiar mais nos funcionários e permitir que eles assumam responsabilidades;
  3. Capacitar as equipes: a autonomia só funciona se os funcionários estiverem preparados para tomar decisões de forma consciente. Treinamentos, desenvolvimento de habilidades e orientação contínua ajudam a garantir que os colaboradores se sintam seguros e capacitados para trabalhar de forma mais independente;
  4. Promover a escuta ativa: e, claro, ouvir os funcionários e valorizar suas opiniões é um dos pilares da gestão horizontal. Busque criar espaços de troca, incentivar conversas abertas e garantir que todos tenham voz dentro da empresa.

Como vimos, adotar a gestão horizontal pode trazer muitos benefícios, mas também exige planejamento e adaptação. Porém, as empresas que conseguem implementar esse modelo de forma estratégica e eficaz tendem a colher resultados positivos.

Checklist do mindset da liderança. Clique e acesse!

Aprenda como desenvolver a escuta ativa na sua empresa

Desenvolver uma escuta ativa na empresa exige um compromisso de todos os níveis organizacionais. Aqui estão algumas etapas para promover essa prática:

  1. Treinamento regular: ofereça capacitações periódicas em habilidades de comunicação, com ênfase na escuta ativa, a todos os funcionários;

  2. Prática: incentive os liderados a praticar a escuta ativa no dia a dia, tanto em suas interações com colegas quanto com clientes;

  3. Canais de feedback: crie canais de feedback nos quais os funcionários possam expressar suas opiniões e preocupações de forma aberta e segura;

  4. Mudança pelo exemplo: é importante incentivar os gestores e líderes a serem modelos de escuta ativa. Eles devem demonstrar interesse genuíno nas opiniões e preocupações dos funcionários e garantir que todas as vozes sejam ouvidas e valorizadas;

  5. Reconhecimento e recompensa: reconhecer e recompensar os liderados que demonstram excelência na escuta ativa, destacando seu comportamento, se torna inspiração para outros colaboradores.

Quais os benefícios da escuta ativa para a comunicação interna?

A escuta ativa desempenha um papel crucial na comunicação interna das empresas. Quando os funcionários sentem que estão sendo ouvidos e compreendidos, eles são mais propensos a se comunicar abertamente e compartilhar informações importantes. Isso melhora a colaboração entre as equipes e evita mal-entendidos ou conflitos.

Além disso, a escuta ativa também ajuda a construir relacionamentos sólidos entre colegas de trabalho. Quando a escuta ativa é eficaz, estabelecemos uma conexão mais forte com os outros. Isso promove um ambiente de trabalho positivo e fortalece a confiança e o trabalho em equipe.

Conclusão

A escuta ativa é uma habilidade essencial para o sucesso de qualquer empresa. Ao praticar a escuta ativa, os funcionários se sentem valorizados e engajados, o que leva a uma maior produtividade e uma cultura de colaboração.

Além disso, a escuta ativa é fundamental para a resolução de problemas e tomada de decisões eficazes. Portanto, é importante promover essa habilidade em todas as áreas da empresa.

O departamento de Recursos Humanos desempenha um papel importante nesse processo, liderando treinamentos e incentivando uma cultura de escuta ativa.

Investir na promoção dessa habilidade dentro das organizações é, portanto, uma estratégia inteligente que pode levar a um ambiente de trabalho mais produtivo e harmonioso.

Gostou desse conteúdo? Quer continuar recebendo materiais essenciais sobre gestão de pessoas, RH, escuta ativa e muito mais? Assine a newsletter da Metadados!

Inscreva-se na nossa News cheia de conteúdos exclusivos sobre RH.

Conheça quem escreveu o artigo

  • Róger Ruffato
    Róger Ruffato

    Jornalista com 15 anos de experiência em produção de reportagens para TV, rádio e jornal. Também já desempenhou os papéis de assessor de imprensa e gestor de mídias sociais. Atualmente tem seus estudos voltados à área do Marketing e atua como produtor de conteúdo na Metadados, onde escreve sobre as novidades do universo de Recursos Humanos.

  • Daniel Rampazzo
    Daniel Rampazzo

    Formado em Administração de Empresas e pós-graduado em Gestão Estratégica de Pessoas pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie, possui mais de 14 anos de experiência em todos os Subsistemas de Recursos Humanos, já tendo atuado em diversos segmentos. Atualmente atua como Consultor de Implantação de Sistemas de Gestão de Pessoas, Saúde e Segurança na Metadados.

  • Bruna Valtrick
    Bruna Valtrick

    Bruna é jornalista e produtora de conteúdo, especializada em SEO e Inbound Marketing, com mais de 7 anos de experiência. Acredita que boas histórias valem mais do que palavras difíceis e que todo texto existe por um propósito. Na Metadados, cria conteúdos estratégicos e sempre atualizados sobre Recursos Humanos.

Conteúdos que
você vai gostar