Estresse no trabalho: causas, sintomas e como superar
Identifique as causas, reconheça os sintomas e encontre soluções para um ambiente de trabalho mais saudável
Sem dúvida, todos nós já tivemos um dia estressante no trabalho. É uma experiência comum e, até certo ponto, normal. Mas quando esse sentimento se torna constante, é um sinal de alerta, pois pode levar a problemas graves de saúde física e mental. O estresse relacionado ao trabalho é um problema crescente em todo o mundo que afeta não apenas o bem-estar dos colaboradores, mas também a produtividade das organizações.
No Brasil, 67% dos trabalhadores são afetados por esse problema, um número que supera a média global de 65%, segundo o relatório People at Work 2023: A Global Workforce View, do ADP Research Institute. O dado é alarmante, especialmente quando 57% dos colaboradores acreditam que seus líderes não estão preparados para falar sobre saúde mental de maneira aberta e sem julgamentos.
Neste artigo, a Metadados, especialista em software de gestão de RH, explora esse tema tão relevante. Nosso objetivo é promover uma discussão sobre o estresse no trabalho e oferecer caminhos para criar ambientes mais saudáveis e satisfatórios.
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O que é estresse e como ele se manifesta no trabalho?
O estresse é um processo, não um diagnóstico. Trata-se da soma de respostas físicas e mentais causadas por estímulos externos (estressores), que permitem ao indivíduo superar determinadas exigências do ambiente ao seu redor.
Assim, essa reação é uma resposta natural do corpo e da mente quando enfrentamos situações desafiadoras ou exigentes, podendo ser desencadeada tanto por fatores externos, como engarrafamentos, quanto por fatores internos, como o perfeccionismo.
O nível e a intensidade dessa resposta podem variar muito, dependendo da atitude de cada pessoa em relação a uma situação específica. Um evento que pode ser extremamente desgastante para uma pessoa pode ser algo cotidiano e facilmente resolvido para outra. No entanto, esse sentimento nem sempre deve ser visto como algo negativo.
Algumas pessoas prosperam sob essa condição, usando-a como motivação para realizar tarefas ou desenvolvendo resiliência. No entanto, se o estresse for intenso e contínuo, pode causar desconforto e sofrimento prolongados, levando a problemas de saúde mental, como transtornos de ansiedade ou depressão, e até mesmo a doenças físicas, como problemas cardiovasculares e dermatológicos.
As causas podem variar desde preocupações pessoais e profissionais até mudanças significativas na vida, incluindo eventos positivos que exigem grande adaptação, como o casamento ou nascimento de um filho. No ambiente profissional, o estresse ocorre quando as demandas superam a capacidade e as habilidades da pessoa para lidar com elas.
Isso pode ser causado por prazos apertados, excesso de trabalho, responsabilidades acima do nível de qualificação, falta de suporte, metas desafiadoras, insegurança no emprego, conflitos com líderes ou colegas, instabilidade financeira, sentimentos de isolamento, recursos de trabalho insuficientes, e poucas oportunidades de desenvolvimento ou crescimento profissional.
Esse tipo de estresse, além de prejudicar o bem-estar, pode afetar negativamente o desempenho e a produtividade.
Quais são os principais sintomas de estresse no trabalho?
O estresse pode manifestar-se de diversas maneiras e varia de pessoa para pessoa. A seguir, indicaremos alguns dos sintomas mais comuns:
- Sintomas físicos: dores de cabeça, cansaço, problemas para dormir, tensão muscular, queda de cabelo, imunidade baixa, palpitações cardíacas, distúrbios dermatológicos e gastrointestinais.
- Sintomas emocionais: ansiedade, irritabilidade, desânimo, pessimismo, sobrecarga, sensação de incapacidade, solidão, sentimentos de tristeza ou depressão.
- Sintomas cognitivos: dificuldade para se concentrar, esquecimentos frequentes, dificuldade no aprendizado e no raciocínio lógico, indecisão.
- Sintomas comportamentais: mudanças no apetite, vício em substâncias para relaxamento, isolamento social, alterações abruptas de humor, queda de desempenho, isolamento, diminuição da criatividade, problemas com relacionamentos interpessoais.
Estresse no trabalho e Síndrome de Burnout: há relação?
Sim, há uma relação entre o estresse no ambiente de trabalho e a Síndrome de Burnout. Ambos podem ser desencadeados por fatores como alta carga de trabalho, falta de autocontrole e ausência de suporte.
A principal diferença é que o estresse no trabalho tende a ser uma condição temporária, que pode ser aliviada com descanso e ajustes no ambiente laboral. Já a Síndrome de Burnout é um estado de exaustão emocional, física e mental que resulta de estresse crônico e prolongado, sendo reconhecido como uma doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os sintomas do burnout são mais intensos e incluem exaustão extrema, sensação de falta de realização, desapego ou cinismo em relação ao trabalho, e uma queda significativa na eficiência e produtividade. Ao contrário do estresse, o burnout é uma condição mais grave e duradoura, que geralmente requer intervenção profissional, como terapia, além de mudanças no ambiente de trabalho.
Se você quiser saber mais sobre a Síndrome, que hoje impacta milhões de profissionais ao redor do mundo, confira nosso artigo "Síndrome de Burnout: o que é, sintomas comuns e como evitar." Clique aqui e acesse para entender melhor essa condição e descobrir estratégias para preveni-la e tratá-la.
Como o estresse no trabalho prejudica colaboradores e empresas
O estresse no trabalho não afeta apenas os colaboradores individualmente; ele também tem um impacto nas empresas como um todo. Quando os colaboradores estão estressados, as consequências vão além do desconforto pessoal e repercutem diretamente na saúde da organização.
Para os colaboradores, o estresse no trabalho pode levar a uma série de problemas de saúde, como ansiedade, depressão, distúrbios do sono e problemas cardíacos. Esses problemas não apenas afetam o bem-estar, mas também diminuem a capacidade de concentração, eficiência e motivação.
O estresse prolongado pode resultar em aumento de absenteísmo, com colaboradores tirando mais dias de licença por motivos de saúde, o que compromete a continuidade das operações e sobrecarrega os colegas. Além disso, o estresse afeta a qualidade do trabalho realizado.
Colaboradores estressados podem apresentar um desempenho abaixo do esperado, cometer mais erros e ter dificuldade em cumprir prazos. Isso não só prejudica a qualidade dos produtos ou serviços oferecidos, mas também pode impactar negativamente a satisfação dos clientes e a reputação da organização.
O preço do estresse
Para os empregadores, o estresse no ambiente de trabalho se traduz em custos significativos. Aumento de rotatividade, custos com substituição e treinamento de novos colaboradores e diminuição da produtividade são apenas algumas das consequências financeiras.
O estresse pode também criar um ambiente de trabalho tóxico, onde conflitos são mais frequentes e a moral da equipe é comprometida. Isso pode gerar um ciclo vicioso, onde o baixo moral leva a mais estresse e, consequentemente, a uma maior perda de talentos.
Investir na gestão do estresse e na promoção de um ambiente de trabalho saudável é fundamental para a saúde organizacional. Confira a seguir algumas medidas.
Dicas para prevenir o estresse no trabalho
Para criar um ambiente mais saudável e produtivo, é essencial que o RH e a liderança adotem estratégias para prevenir o estresse. Aqui estão algumas dicas práticas:
- Promova uma cultura de bem-estar
Incentive hábitos saudáveis e ofereça atividades que melhorem o bem-estar físico e mental dos colaboradores. Isso pode incluir programas de saúde, como ginástica laboral, aulas de yoga, sessões de meditação, educação financeira e campanhas sobre alimentação saudável. Uma cultura de bem-estar ajuda a reduzir o estresse e aumenta a satisfação no trabalho e na vida pessoal. - Ofereça flexibilidade no trabalho
Horários flexíveis, banco de horas e a possibilidade de home office ajudam os colaboradores a equilibrarem suas responsabilidades profissionais e pessoais. A flexibilidade deve estar alinhada a uma cultura de confiança e requer maturidade profissional, incluindo autonomia e responsabilidade. Quando bem implementada, essa prática reduz o estresse e aumenta a produtividade e o engajamento. - Incentive pausas regulares
Incentive os colaboradores a fazerem pausas ao longo do dia. Em vez de reuniões de uma hora, sugira reuniões de 45 minutos, com intervalos para um café, alongamento ou práticas de mindfulness entre elas. Pequenos intervalos ajudam a aliviar a tensão, melhorar a concentração e promover um estado de atenção plena. Implementar uma política que apoie essas pausas pode ter um impacto positivo significativo. - Estabeleça expectativas claras
Certifique-se de que as expectativas de desempenho, metas e os prazos estejam claros e sejam realistas. Quando os colaboradores sabem exatamente o que se espera deles, o nível de estresse diminui. Evite sobrecarregar a equipe e distribua as tarefas de maneira equilibrada. - Disponibilize suporte emocional
Disponibilize canais de suporte emocional, como conversas com a liderança ou recursos humanos, acesso a profissionais de saúde mental ou um programa de assistência aos colaboradores (EAP). Ter alguém com quem conversar para pedir apoio, sugestões ou orientações sobre questões pessoais ou profissionais pode ajudar a aliviar o estresse e prevenir problemas mais graves, como a Síndrome de Burnout. - Fomente um ambiente de trabalho positivo
Crie um ambiente de trabalho que valorize o respeito, a comunicação aberta e o reconhecimento. Um ambiente positivo onde os colaboradores se sintam valorizados e apoiados, os objetivos e estratégias são claros e as conquistas são celebradas, é fundamental para reduzir o estresse. Promova o reconhecimento regular do trabalho bem-feito e incentive uma comunicação transparente. - Capacite as lideranças
Treine os líderes para identificar sinais de estresse e promover suporte. Amy Edmondson, pesquisadora de Harvard, destaca em “The Fearless Organization” que a segurança psicológica é crucial para a aprendizagem e inovação. Quando os colaboradores se sentem seguros, há maior colaboração e criatividade, resultando em uma cultura organizacional robusta, onde erros são oportunidades de aprendizado e a diversidade de pensamento é valorizada. Isso reduz o estresse e aumenta a satisfação e o sucesso coletivo. - Avalie e ajuste os recursos de trabalho
Realize avaliações regulares das cargas de trabalho, equipamentos ou ferramentas, processos de trabalho, qualificação profissional e estrutura de equipes, e, ajuste-as conforme necessário. A sobrecarga de tarefas e a falta de recursos podem ser grandes fontes de estresse. Garanta que as equipes tenham os recursos necessários e que as demandas sejam compatíveis com a capacidade da equipe.
Ao implementar essas estratégias, o RH e a liderança podem criar um ambiente de trabalho mais saudável, prevenindo o estresse e garantindo que os colaboradores não enfrentem pressões desnecessárias, promovendo assim o bem-estar e a saúde de todos.
Conclusão
Empresas que veem a saúde mental como uma prioridade não apenas se destacam, mas também criam um ambiente onde todos podem prosperar. Se você quer que sua empresa se destaque como um lugar onde o bem-estar dos colaboradores é valorizado, é necessário investir em práticas que promovam um ambiente saudável e positivo. Esse compromisso não só eleva a qualidade de vida no trabalho, mas também amplifica a eficiência e fortalece a retenção de talentos.
Para continuar explorando como transformar sua abordagem de Recursos Humanos e criar uma cultura que valorize a saúde mental, inscreva-se na nossa newsletter da Metadados. Fique atualizado com as melhores práticas e insights que podem levar sua empresa ao próximo nível.