Síndrome de Burnout: o que é, sintomas comuns e como evitar
Saiba como rotinas desgastantes podem interferir na saúde física e mental
A Síndrome de Burnout é um problema global, que afeta pessoas de todas as etnias, classes sociais, profissões e regiões do planeta. Por isso, é um assunto que deve ser levado a sério. Felizmente, o tema tem se tornado frequente nas conversas dentro do ambiente corporativo.
De acordo com levantamentos feitos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 90% da população mundial relata sofrer com estresse em seu dia a dia. A longo prazo, esse problema pode gerar questões como ansiedade, depressão e doenças por transtornos, incluindo a Síndrome de Burnout.
Neste artigo, produzido pela Metadados – empresa que desenvolve um sistema de RH completo – você encontrará informações fundamentais sobre a Síndrome de Burnout. Tudo para que você entenda a doença e possa evitar casos na sua empresa.
O que é Síndrome de Burnout
A Síndrome de Burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psicológico resultante do estresse crônico no ambiente de trabalho. Caracteriza-se por um estado de exaustão física e emocional, redução da produtividade e sentimento de incompetência e desvalorização pessoal e profissional.
Os profissionais mais propensos a desenvolver a Síndrome de Burnout são aqueles que estão constantemente expostos a altos níveis de pressão, exigências elevadas e sobrecarga de trabalho. Profissionais de áreas como Saúde, Educação, Assistência Social e Recursos Humanos, entre outras que demandam um alto nível de envolvimento emocional, são particularmente suscetíveis.
Sintomas da Síndrome de Burnout
Os sintomas da Síndrome de Burnout podem variar de pessoa para pessoa, mas alguns sinais comuns incluem:
1-Exaustão física e mental constante;
2-Falta de energia e motivação;
3-Dificuldade de concentração e memória reduzida;
4-Irritabilidade e isolamento social;
5-Sentimento de incompetência e baixa autoestima;
6-Insônia ou distúrbios do sono;
7-Queda no desempenho profissional;
8-Dores de cabeça e problemas gastrointestinais;
9-Aumento da frequência de doenças físicas, como gripes e resfriados;
10-Mudanças de apetite, como perda ou ganho de peso.
Quais as 3 dimensões da Síndrome de Burnout?
A Síndrome de Burnout é caracterizada por três dimensões principais:
Exaustão emocional: é a dimensão mais evidente da Síndrome de Burnout e está relacionada à sensação de esgotamento emocional, perda de energia e desgaste psicológico. As pessoas afetadas podem sentir-se emocionalmente drenadas, incapazes de lidar com as demandas do trabalho e apresentar dificuldades para se conectar emocionalmente com os outros, tanto no meio corporativo quanto no ambiente pessoal (família, amigos, etc).
Despersonalização: nessa dimensão, ocorre um distanciamento das relações interpessoais no ambiente de trabalho. Os indivíduos afetados desenvolvem uma atitude negativa, cínica e despersonalizada em relação aos colegas, clientes ou pacientes. Podem ocorrer comportamentos de indiferença, sarcasmo e desrespeito, prejudicando a qualidade das interações e afetando o clima organizacional. Também pode se estender para o meio pessoal após o período do trabalho.
Baixa realização profissional: essa dimensão está relacionada à percepção de incompetência, falta de realização e insatisfação com as conquistas profissionais. Os indivíduos afetados passam a questionar sua eficácia no trabalho, sentem-se desvalorizados e experimentam uma queda na motivação e no senso de propósito. A falta de reconhecimento e recompensa pelo esforço despendido pode agravar esse sentimento de frustração.
Quanto tempo pode durar o Burnout?
A duração da Síndrome de Burnout pode variar de pessoa para pessoa. Em alguns casos, pode ser uma condição transitória, enquanto em outros pode tornar-se crônica. A gravidade dos sintomas, a capacidade de lidar com o estresse e a busca por tratamento adequado são fatores determinantes para a recuperação.
É importante ressaltar que a Síndrome de Burnout não é apenas um "mau dia" ou um período de estresse temporário. Se não for tratada adequadamente, pode persistir e afetar significativamente a qualidade de vida, o desempenho profissional e a saúde física e mental. É uma doença e os seus sintomas não devem ser minimizados pelo meio corporativo.
Como é feito o diagnóstico de Síndrome de Burnout?
O diagnóstico da Síndrome de Burnout deve ser realizado por um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra. Geralmente, é baseado na avaliação dos sintomas relatados pelo indivíduo, considerando os critérios estabelecidos pelos manuais de classificação de doenças, como o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5).
O profissional realizará uma sessão inicial para obter informações sobre o histórico do paciente, seus sintomas, o impacto no trabalho e nas demais áreas da vida. Além disso, poderão ser utilizados questionários e escalas de avaliação para auxiliar no diagnóstico.
É de suma importância ressaltar que o acompanhamento com o profissional deve ser contínuo, para que ele possa avaliar a evolução da doença e seus sintomas. O diagnóstico de Síndrome de Burnout é realizado de forma multidisciplinar, podendo incluir psicólogos e psiquiatras trabalhando em conjunto.
Diferença entre o Burnout e outras doenças ou distúrbios mentais
Embora a Síndrome de Burnout compartilhe alguns sintomas com outras condições, como a depressão e a ansiedade, é importante entender as diferenças entre elas. A principal distinção reside no contexto em que os sintomas surgem.
A Síndrome de Burnout está diretamente relacionada ao ambiente de trabalho e ao estresse ocupacional crônico. Os sintomas geralmente se manifestam durante ou após períodos prolongados de trabalho intenso, pressão excessiva e falta de recursos psicológicos para lidar com as demandas profissionais.
Por outro lado, a depressão e a ansiedade podem ter causas mais abrangentes, como predisposição genética, traumas passados, fatores biológicos ou desequilíbrios químicos no cérebro.
Além disso, o Burnout tem características específicas, como a exaustão emocional e a despersonalização, que não estão presentes em outros transtornos mentais.
É fundamental realizar uma avaliação precisa e criteriosa com um profissional da saúde mental para estabelecer um diagnóstico correto, diferenciando a Síndrome de Burnout de outras condições. Isso permitirá um tratamento adequado e direcionado, melhorando as chances de recuperação e bem-estar.
Síndrome de Burnout no home office
Com a popularização do trabalho remoto, a Síndrome de Burnout também passou a ser observada nesse contexto. Embora o home office possa oferecer certas vantagens, como flexibilidade e conforto, também apresenta desafios específicos que podem contribuir para o desenvolvimento do Burnout.
A ausência de uma separação clara entre trabalho e vida pessoal, a pressão para estar sempre disponível, a dificuldade de estabelecer limites, a falta de interação social presencial e a sobrecarga de tarefas são alguns dos fatores que podem aumentar o estresse e levar à exaustão emocional.
Para prevenir a Síndrome de Burnout no home office, é essencial estabelecer uma rotina equilibrada, com horários definidos para trabalho e descanso, criar um espaço dedicado ao trabalho, praticar pausas regulares, manter uma comunicação clara e assertiva com a equipe, e buscar apoio de um profissional quando necessário.
Tratamento da Síndrome de Burnout
O tratamento da Síndrome de Burnout envolve uma abordagem multidisciplinar, com a participação de profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras. O objetivo principal é promover o bem-estar emocional, físico e social, além de restaurar a funcionalidade e a qualidade de vida do indivíduo afetado.
As estratégias de tratamento podem incluir psicoterapia, independentemente da abordagem psicológica utilizada pelo profissional. Qualquer uma delas consegue auxiliar na questão, estimulando o paciente para que ele consiga reestruturar o seu psiquismo para a nova realidade e evitar que sofrimentos maiores sejam causados.
Além disso, medidas de autocuidado são essenciais, como praticar exercícios físicos regularmente, adotar técnicas de relaxamento, cuidar da alimentação e do sono, estabelecer limites saudáveis, buscar suporte social e dedicar tempo a atividades prazerosas e hobbies.
Em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicação, como antidepressivos ou ansiolíticos, para aliviar os sintomas associados à Síndrome de Burnout. No entanto, a decisão de prescrever medicamentos deve ser feita pelo médico psiquiatra, levando em consideração a gravidade dos sintomas e a resposta individual do paciente.
Ações que a empresa pode realizar para evitar a Síndrome de Burnout
As empresas desempenham um papel fundamental na prevenção da Síndrome de Burnout entre seus colaboradores. Algumas medidas que podem ser adotadas incluem:
Promover um ambiente de trabalho saudável: estabelecer uma cultura organizacional que valorize o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, incentive a comunicação aberta, ofereça suporte emocional e proporcione oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional.
Estabelecer metas realistas: evitar sobrecarregar os funcionários com excesso de demandas e prazos irrealistas. Definir metas alcançáveis e proporcionar recursos adequados para a realização das tarefas.
Incentivar a autonomia e o empowerment: dar autonomia aos colaboradores, permitindo que tenham controle sobre o seu trabalho e possam tomar decisões. Promover um ambiente de trabalho participativo, onde as opiniões e ideias dos funcionários sejam valorizadas.
Implementar programas de bem-estar e qualidade de vida: oferecer programas de saúde e bem-estar, como atividades físicas, sessões de relaxamento, palestras sobre gerenciamento do estresse e alimentação saudável. Estimular pausas regulares durante o dia de trabalho. O apoio de psicólogos organizacionais ou parcerias com psicólogos clínicos também são importantes.
Fomentar uma cultura de feedback construtivo: estabelecer uma comunicação clara e aberta, fornecendo feedback regular aos colaboradores, reconhecendo suas contribuições e oferecendo suporte no desenvolvimento de habilidades.
Proporcionar oportunidades de crescimento e desenvolvimento: investir no desenvolvimento profissional dos funcionários, oferecendo treinamentos, programas de capacitação e possibilidade de promoção. Isso ajuda a manter o engajamento e a motivação no trabalho.
Estabelecer políticas de flexibilidade e equilíbrio: incentivar práticas como horários flexíveis, trabalho remoto e licenças de descanso. Isso permite que os colaboradores tenham maior controle sobre sua carga de trabalho e possam conciliar suas responsabilidades profissionais e pessoais.
Conclusão
A Síndrome de Burnout é uma realidade que afeta muitos profissionais em diferentes setores. É fundamental reconhecer os sintomas, buscar ajuda e adotar medidas de prevenção tanto no âmbito pessoal quanto organizacional.
Ao entender a importância de equilibrar o trabalho e a vida pessoal, estabelecer limites saudáveis e cuidar do bem-estar físico e mental, é possível prevenir o desenvolvimento da Síndrome de Burnout e promover um ambiente de trabalho saudável e produtivo.
Lembre-se de que a saúde e o bem-estar dos colaboradores são essenciais para o sucesso e a sustentabilidade das empresas. Para que você consiga implantar um plano que atenda essas áreas na sua organização, nós criamos o e-book “Guia do bem-estar no ambiente de trabalho”.
Como pôde perceber, investir na prevenção da Síndrome de Burnout não é apenas uma responsabilidade social, mas também uma estratégia inteligente para garantir a saúde mental, a satisfação e o engajamento dos funcionários. Um caminho importante na promoção de um ambiente de trabalho positivo e produtivo para todos.