Processo de desligamento: como lidar com esse processo delicado?
O processo de desligamento é muito delicado. Há duas formas de desligamento, e em ambas as situações há um aprendizado para a organização. Confira!
O processo de desligamento é muito delicado. Ele envolve sentimentos de incompetência, insatisfação ou descontentamento com o trabalho e insucesso. Além disso, inclui a dimensão da sobrevivência, pois é o trabalho que provê recursos para a família do trabalhador. É importante reconhecer que há duas formas de desligamento: aquele que é espontâneo, a pedido do funcionário e aquele que é realizado pela empresa, a demissão forçada.
Em ambas as situações há um aprendizado para a organização. Por isso, é muito importante tomar alguns cuidados no processo para manter a integridade do funcionário, a imagem da empresa e as relações entre os colaboradores que ficam. Ficou curioso para conhecer as melhores estratégias para lidar com o processo de desligamento? Continue lendo este artigo produzido pela Metadados — empresa que desenvolve sistemas para a gestão de RH.
A importância da discrição
Somente quem está envolvido no processo de desligamento deve ser informado, como, por exemplo, as chefias, o setor de recursos humanos, o próprio trabalhador desligado e os funcionários que protocolam o procedimento. Isso evita a exposição desnecessária do colaborador e perguntas invasivas tanto para ele quanto para a direção. Pode evitar também certa onda de pânico, em que todos se sentiriam em risco de serem demitidos.
O ambiente
A reunião para demissão e entrevista de desligamento deve ser feita em um espaço afastado dos outros funcionários, como, por exemplo, em uma sala separada, que não tenha paredes de vidro transparentes, para evitar a exposição da pessoa. Estar próximo a um banheiro pode ser uma boa ideia, pois a pessoa pode se emocionar.
A comunicação da notícia
A demissão deve ser comunicada preferencialmente pela chefia imediata, sendo que ela deve ser instruída sobre a melhor maneira de agir durante o processo. A postura do superior ao comunicar deve ser respeitosa, dando espaço a reações emocionais. O gestor deve ser cordial e não levar a reação do outro para o lado pessoal, já que está comunicando a decisão da empresa.
O superior não deve demonstrar pena da pessoa e nem fazer adulações, mas sim, agir com humanidade. Ele também não deve fazer promessas sem que seja garantido que possa cumpri-las.
Uma boa dica é oferecer uma ajuda especializada, desvinculada da empresa, indicando, por exemplo, um psicólogo de confiança. Você também pode oferecer auxílio com o currículo, se houver possibilidade. Vale reforçar: o gestor não deve prometer aquilo que não pode cumprir.
As entrevistas do processo de desligamento
A entrevista de desligamento é um processo muito importante para a empresa. É uma forma de saber mais a opinião dos membros que trabalharam na organização sobre o funcionamento dela, reconhecendo potenciais e fraquezas, o que pode ser importante para avaliar e planejar melhorias. É também uma forma de mostrar ao ex-funcionário as suas posturas louváveis e aquelas que poderiam ter sido melhores.
É importante conduzir o processo de forma bastante ética, sem forçar o colaborador demitido a falar. Tente deixar claro que as informações fornecidas por ele podem colaborar muito para a empresa avaliar o que vai bem e o que precisa ser melhorado. Em alguns momentos, as opiniões dadas podem ser muito influenciadas pelo lado emocional, mas sabendo filtrar o discurso, você pode acessar informações valiosas.
Entrevista de desligamento em caso de demissão espontânea
No caso de uma demissão espontânea, busque saber as motivações da demissão, que podem ser muito variadas, envolvendo desde questões pessoais até o surgimento de propostas mais atraentes.
Questione o trabalhador sobre o que ele pensa dos benefícios oferecidos, sobre o clima organizacional, a relação com os companheiros de trabalho, como ele lida com a produtividade, problemas de departamento pessoal, salário, perspectiva de crescimento. Muitos membros abandonam o time por falta de perspectivas de crescimento na carreira ou por problemas com chefia e colegas de trabalho. Perceber esses aspectos no discurso da pessoa pode ser muito importante para avaliar como anda sua organização.
Entrevista de desligamento quando o funcionário é demitido
Nessa entrevista, é preciso indicar ao colaborador que está saindo da empresa as motivações da demissão de forma bastante clara. Podem ser razões pessoais, competências insuficientes, conflitos interpessoais ou problemas de estrutura da organização, por exemplo. Isso ajuda a pessoa a compreender se as razões do desligamento são relacionadas ao seu desempenho ou a questões específicas da empresa, bem como se conscientizar de suas eventuais falhas e dificuldades.
É importante que a conversa sobre demissão não seja uma entrevista de feedback. O ideal é que os gestores tenham dado um retorno sobre o trabalho do funcionário de forma contínua ao longo do tempo.
As respostas emocionais e como lidar com elas
No caso da demissão a pedido da empresa, o colaborador que está sendo demitido pode se apresentar com ressentimento, raiva, falso contentamento, desespero. É importante ter empatia com a pessoa, considerando o sentimento, mas sem alimentá-lo. É preciso ser realista e franco, mas sem pessimismo. Compreender e acolher, não significa ter piedade ou se emocionar junto com a pessoa.
É importante saber que as informações que o ex-funcionário der sobre a empresa podem estar um pouco modificadas por sua condição emocional, por isso, saiba filtrar o que escutar.
Em uma demissão voluntária, normalmente a postura do colaborador é mais tranquila, pois o desligamento partiu de uma iniciativa própria. Nesse caso, ele pode dar respostas mais precisas sobre a empresa. Mesmo assim, pode haver sentimentos de rivalidade e oposição à organização ou aos colegas no que ele declarar.
O processo de desligamento é muito importante para a empresa, por ser um fim de um ciclo, a conclusão de um processo. Ele deve ser realizado de forma ética e responsável para preservar o funcionário e a empresa. É importante ser discreto e ter cuidados com o ambiente e com as respostas emocionais que podem surgir.
É bom lembrar que os diferentes tipos de desligamento, voluntário ou compulsório, devem ser conduzidos de formas diferentes. Em ambos haverá a escuta da opinião sobre a organização, mas no desligamento a pedido da empresa, deverão ser explicadas as causas da demissão, oferecendo o devido apoio.
Conduzir bem o processo de desligamento é uma forma de manter a integridade do clima organizacional, das pessoas e da imagem da empresa. Além de evitar possíveis crises para o RH ou para a empresa.
Gostou de conhecer mais sobre o processo de desligamento? Leia também nosso artigo sobre Gestão de Recursos Humanos e continue acompanhando nossos conteúdos aqui no Blog!