Imagem de Denise Fraga

O CONARH 2024, maior evento de inovação voltado à gestão humana da América Latina e um dos maiores do mundo, foi repleto de insights importantes que seguimos absorvendo, aplicando e, é claro, compartilhando com você, RH!

Na programação deste ano, um grande nome que ocupou espaço em uma das palestras magnas no auditório para congressistas foi o da atriz e cronista Denise Fraga. A artista trouxe reflexões para o profissional de Recursos Humanos que atua na gestão de pessoas sobre diversas questões: a sensação de sobrecarga, a percepção de sucesso, o aumento da impaciência nas relações e a importância de resgatar a habilidade de agir como grupo. Confira todas essas lições aqui! Boa leitura.

“Muitas vezes, não é sobre perder, é sobre não conseguirmos deixar de ganhar”

Fraga reflete que, durante a vida, conforme o contexto de cada pessoa e o momento em que se encontra, é possível que deixemos de ser fiéis a nós mesmos, às nossas crenças e valores, por conta das demandas de sobrevivência. Mas é preciso ter um olhar atento, um sentimento de inquietude, de “pulga atrás da orelha”, para nos questionarmos e restabelecermos o direcionamento das nossas ações de acordo com os nossos verdadeiros anseios.

Isso inclui ficarmos atentos à “lógica das demandas”. Isto é, identificar o que de fato faz sentido com a jornada que desejamos trilhar e, conforme possível, realizar as nossas escolhas baseadas nisso.  Na avaliação da atriz, muitas vezes tendemos a aceitar o que vem até nós, não pelo risco de perder algo que já temos, mas pelo medo de deixar de ganhar, e assim acabamos sobrecarregados, cansados e sem direcionar a nossa energia e esforços para o que realmente desejamos e faz sentido para nós.

“O mundo do ganho a qualquer custo vai esfacelando o que temos de melhor”, diz. Para ela, os afastamentos no trabalho causados pelo burnout refletem isso. “Sucesso financeiro não significa felicidade. Muita gente bem-sucedida financeiramente não está feliz”.

Foto de Denise Fraga durante a palestra

“Estamos “entelados” mesmo sem estarmos online”. Precisamos nos permitir viver o momento presente, de forma integral 

Estamos vivendo uma síndrome coletiva: estamos em letargia, todos desatentos. Se tornou difícil prestar atenção em algo, quando nos damos conta, nossa cabeça está em qualquer outro lugar. Um possível reflexo da sobrecarga de informações.

Nosso modo de lidar com o outro está mais direto e menos gentil. Temos feito isso no digital e replicado para a vida como um todo. As respostas têm sido mais curtas, mais práticas e com o mínimo possível de interação. O lado humano está sendo deixado de lado, como algo desnecessário e sem valor. Estamos perdendo a capacidade de falar um com o outro. Estamos perdendo a capacidade de dar a mão por medo de perder o braço, por medo de precisa usar a comunicação e explicar que é apenas a mão que estamos oferecendo.

“Estamos sendo reformatados e a cada vez que aceleramos um áudio, treinamos para ficar mais impacientes ao ouvir a história de alguém no presencial”.

Denise Fraga convida ao exercício de nos permitirmos viver o momento presente de forma integral: falar com as pessoas que estão conosco, olhando para elas e não para telas; observar o espaço ao nosso redor e, assim, experimentarmos o sentimento sublime que essa atitude simples, porém já esquecida, pode trazer.

“Somos quem somos por conta da nossa vida em sociedade.” 

“O convívio com outro vai te lembrar quem você é sempre. Quando alguém chora ao nosso lado, nos sentimos mais livres para chorar também. Quando alguém ri, reforça que algo é uma piada”, diz Denise.

Logo, a conexão social não só fortalece laços, mas também serve como um espelho da nossa própria identidade. A cronista lembra da importância de resgatar essa capacidade de convivência, de nos olharmos como parte de um todo. Afinal, somos seres sociais, e a habilidade de agir em grupo é uma das maiores forças da humanidade.

No contexto das organizações, essa habilidade precisa ser cultivada com intencionalidade, pois é por meio da colaboração e do trabalho em equipe que surgem excelentes ideias, soluções e inovações, além da convivência mais humana e relações de trabalho mais saudáveis e autênticas.

Conclusão

Denise Fraga deixou reflexões sobre a importância de recuperar a conexão humana, tanto no ambiente de trabalho quanto na vida pessoal. O resgate do olhar nos olhos, ouvir com atenção e trabalhar em equipe lembram que somos seres sociais e que nossa força está em agir como grupo.

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