Ana Minuto palestrando sobre a diversidade de gênero nas empresas

A diversidade de gênero nas empresas é muito mais que uma questão de responsabilidade social. É sobre a construção de equidade e inclusão para todas as pessoas, além de uma estratégia essencial para o crescimento e sustentabilidade dos negócios, já que equipes diversas tendem a gerar melhores resultados, aumentar a inovação e fortalecer a cultura organizacional.

Dada sua relevância, o tema fez parte do CONARH 2024, maior evento de inovação voltado à gestão de pessoas da América Latina. O assunto foi trazido através da palestra “Importância da Diversidade de Gênero para Geração de Valor”, que foi conduzida por Ana Minuto, CEO da Minuto Consultoria e TopVoice LinkedIn Creator; Giowana Cambrone, mulher trans, Advogada, Professora universitária, Consultora de Diversidade e TEDspeaker; e Guilherme Nascimento Valadares, Fundador do Instituto PDH e Líder das pesquisas nacionais e documentários "O silêncio dos homens" e "Precisamos falar com os homens? Uma jornada pela igualdade de gênero".

Quer conferir os principais insights sobre a palestra e entender como a diversidade de gênero pode gerar valor para o seu negócio? Siga a leitura!

Diversidade de gênero nas empresas também é sobre pessoas trans

Quando falamos de inclusão de gêneros, é essencial ampliar o olhar para além das categorias mais frequentes, como mulheres brancas ou negras, e incluir pessoas trans, que muitas vezes enfrentam barreiras sistêmicas e de acesso à ambientes corporativos.

Realizar ações concretas e oferecer oportunidades reais a elas é um passo indispensável para promover a verdadeira equidade de gênero e combater à marginalização. Ao integrar vozes e experiências, as empresas enriquecem suas equipes com novas perspectivas e talentos.

Desafios de inclusão das mulheres trans em ambientes corporativos 

No Brasil, cerca de 90% das mulheres trans recorrem à prostituição como meio de sobrevivência, reflexo de uma estrutura social que as marginaliza e exclui de oportunidades de trabalho. Esse dado evidencia a urgência de ações corporativas que promovam a inclusão em diferentes setores, permitindo que ocupem cargos formais, sem restringi-las às ruas ou ao meio artístico.

Além disso, a expectativa de vida de uma pessoa trans no país é extremamente baixa: muitas não alcançam os 30 anos. Essa realidade nos convida a refletir sobre as seguintes questões: quem está ocupando os espaços corporativos? Onde estão as representações diversas de gênero, especialmente nos níveis de gestão e liderança? Somente ao questionar este cenário e agir intencionalmente para promover mais inclusão, poderemos construir ambientes corporativos verdadeiramente acolhedores e equitativos para todas as formas de ser.

Enxergando talentos por trás das diferenças 

É importante ter em mente que pessoas trans podem trazer consigo uma trajetória profissional robusta, construída até mesmo antes de sua transição, com experiências, habilidades e conhecimentos que continuam sendo relevantes e valiosos para as organizações. Também podem ter formações acadêmicas capazes de enriquecer o ambiente corporativo.

Ignorar esse cenário pode impedir o reconhecimento e aproveitamento de potenciais talentos pelas empresas, além de perpetuar a marginalização e a exclusão.

Diversidade de gênero como estratégia de negócio 

Ao integrar a diversidade em suas estratégias, as empresas não apenas atendem a uma demanda social, mas também se posicionam de maneira competitiva no mercado.

Empresas que abraçam a diversidade de gênero tendem a ter uma maior capacidade de adaptação às mudanças e um ambiente mais dinâmico, onde ideias diversas podem florescer. A inclusão de diferentes perspectivas enriquece a tomada de decisões e estimula a criatividade, resultando em produtos e serviços mais alinhados com as necessidades de um público diversificado. Além disso, a diversidade promove uma cultura organizacional mais saudável, reduzindo o turnover e aumentando a satisfação dos colaboradores, o que impacta positivamente nos resultados financeiros. Portanto, considerar a diversidade de gênero não é apenas uma questão de ética, mas uma decisão estratégica que pode levar as organizações a novos patamares de desempenho e relevância no mercado.

O papel da inteligência emocional na construção de ambientes com diversidade de gênero 

Construir equipes diversas que gerem resultados expressivos requer mais do que apenas contratar pessoas diferentes e colocá-las para trabalhar juntas. Em algumas empresas, inclusive, colaboradores evitam interagir com quem é diferente por receio de receberem compliance, atitude que reforça bolhas de convivência e impede o desenvolvimento de uma verdadeira cultura de inclusão.

Deste modo, é necessário capacitar as equipes para o convívio diário e para a administração de conflitos que possam surgir. Um dos pilares para a construção de ambientes diversos e inclusivos é o desenvolvimento da inteligência emocional. A inteligência emocional capacita líderes e colaboradores a lidarem com a diversidade de forma mais natural e construtiva, promovendo interações saudáveis e produtivas. Ao desenvolver essa habilidade, profissionais conseguem lidar melhor com o que lhes é diferente.

Para incluir, é preciso agir com intencionalidade 

A inclusão não acontece por acaso. Para promover a diversidade de gêneros nas empresas e um ambiente corporativo inclusivo, é necessário agir com intencionalidade. Para tal, é preciso que as organizações estabeleçam práticas claras e diretrizes sobre diversidade. Outras ações são os workshops práticos sobre respeito às diferenças, a criação de políticas de apoio, e o desenvolvimento de líderes inclusivos. Além disso, incluir programas de mentoria e grupos de afinidade, onde pessoas trans e outros colaboradores possam compartilhar suas experiências, ajuda a construir uma cultura organizacional que valoriza a pluralidade e promove o acolhimento. Ao educar seus times sobre esses temas, as empresas criam um espaço mais respeitoso e acolhedor para todos.

Conceitos de diversidade de gênero nas empresas 

Capacitar os colaboradores para compreender temas relacionados à diversidade de gênero é uma forma de auxiliar na promoção do respeito mútuo e equidade nas equipes. Confira alguns conceitos para inserir em seu time:

  • Noções de gênero: Compreender a pluralidade de identidades de gênero, reconhecendo que existem várias formas de ser e se expressar. Isso inclui não apenas homens e mulheres cisgêneros, mas também pessoas trans, não-binárias e outras identidades.
  • Orientação sexual: Educar sobre a diferença entre identidade de gênero e orientação sexual. Orientação sexual refere-se a quem uma pessoa sente atração emocional ou física, enquanto gênero está relacionado a como a pessoa se identifica.
  • Linguagem inclusiva: Incentivar o uso de pronomes corretos e uma comunicação que não seja baseada em estereótipos de gênero. Isso pode incluir a substituição de termos que presumem gênero por palavras neutras e adequadas ao contexto.
  • Políticas claras de inclusão: Estabelecer políticas de diversidade e inclusão que promovam não apenas a aceitação, mas também o apoio a pessoas de diferentes identidades de gênero. Isso pode incluir a criação de grupos de afinidade, apoio à saúde trans e a oferta de benefícios inclusivos.

Conclusão

A palestra “Importância da Diversidade de Gênero para Geração de Valor”, presente no CONARH 2024, destacou a urgência em discutir a diversidade de gênero, especialmente no que diz respeito à inclusão de pessoas trans, que enfrentam desafios significativos no acesso ao mercado de trabalho. Reconhecer e valorizar essas vozes não é apenas uma questão de justiça social, mas uma estratégia que pode trazer novas perspectivas e talentos, enriquecendo o ambiente corporativo.

Em algumas organizações, a diversidade de gênero é uma oportunidade inexplorada, e aplicá-la, é capaz de potencializar o desempenho e inovação do negócio. A contratação de pessoas com identidade de gênero diversa é um primeiro passo importante, mas não se deve parar por aí. Investir na implementação de políticas, capacitação de colaboradores e desenvolvimento da inteligência emocional, são ações necessárias para criar ambientes de trabalho mais acolhedores e produtivos.

A construção de uma cultura organizacional inclusiva exige compromisso e ações concretas. Ao abraçar a diversidade de gênero, as empresas não só atendem a uma demanda ética, mas também se posicionam como líderes inovadores em um mercado cada vez mais competitivo e consciente.

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